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18 de Abril de 2024

Mais uma execução desastrosa nos Estados Unidos mostra que a abolição da pena de morte é a única solução

Joseph Wood foi considerado morto uma hora e 54 minutos após ter tomado a injeção letal.

há 10 anos

A prolongada execução de um preso no estado do Arizona constitui um novo alerta para a necessidade das autoridades dos Estados Unidos avançarem para a abolição em absoluto da pena de morte, defende a Anistia Internacional.

“Quantas vezes mais as autoridades norte-americanas precisam ser lembradas do mito de ‘execução humana’ antes de finalmente pararem com as experiências nas execuções judiciais”, questiona o pesquisador da Anistia Internacional Rob Freer.

Pelo menos três execuções decorreram com erros flagrantes e de forma desastrosa nos Estados Unidos só este ano, os condenados passaram horas no processo de efetivação da pena capital.

A Anistia Internacional não reconhece sequer o conceito do que é definido como “execução humana”, tão pouco que a crueldade da pena de morte se limita ao que se passa dentro da câmara de execução. Manter alguém preso sob a ameaça de morte – durante anos e até mesmo décadas – dificilmente pode ser descrito como a conduta de um Estado que segue uma abordagem progressista da justiça criminal ou dos direitos humanos.

“Independente de como um Estado escolhe matar um preso, ou de a execução se realizar de acordo com o plano ou não – nada muda o fato de que a pena capital é uma punição incompatível com os princípios fundamentais de direitos humanos”, sustenta Rob Freer.

A pena de morte nos Estados Unidos está repleta de arbitrariedades, discriminação e erros. Nos anos mais recentes, os estados norte-americanos onde é aplicada a pena capital têm registado dificuldades em obter as drogas que compõem a fórmula da injeção letal e começaram a lançar mão de fornecedores questionáveis.

A execução de Joseph Wood, condenado à morte em 1989 pelo homicídio da ex-namorada e do pai dela, começou às 13h52 (hora local, no Arizona) desta quarta-feira, 23 de julho. O processo demorou tanto tempo que os advogados de Wood tiveram tempo para apresentar uma moção urgente de recurso num tribunal federal, para tentar parar a execução enquanto o preso ainda estava vivo.

O juiz chamado a pronunciar-se não respondeu até ao momento em que Wood foi declarado morto, às 15h49, uma hora e 54 minutos depois de ter sido dada a injeção letal. Só depois, o tribunal emitiu ordem às autoridades estaduais do Arizona para que preservassem todas as provas físicas relativas ao corpo do executado.

Em comunicado, a governadora do Arizona, Janice Brewer, asseverou que a execução de Joseph Wood foi “legal” e sugeriu que o condenado “não sofreu”. Deu ordem, porém, de que seja feito um inquérito às razões pelas quais a execução demorou tanto tempo.

Pelo menos 140 países no mundo já aboliram a pena de morte, na lei ou na prática. Os Estados Unidos estão à beira de efetuar 1.400 execuções, desde que a pena capital voltou a ser aplicada em 1977. Cinco estados norte-americanos afastaram a pena capital das suas legislações desde 2007, o mais recente é Washington, onde foi aprovada uma moratória.


Fonte: http://anistia.org.br/direitos-humanos/blog/mais-uma-execu%C3%A7%C3%A3o-desastrosa-nos-estados-unido...

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22 Comentários

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Tenho vontade de morar nos Estados Unidos. Lá bandido é bandido e gente de bem é gente de bem. Aqui no Brasil tudo parece ser o que não é. continuar lendo

Sinceramente... apesar do clamor social e ódio que muitos na sociedade sentem e assim desejam, pela morte de um criminoso assim, acho deveras hipócrita um Estado que diz "lutar" pela paz mundial (e age sempre junto à ONU na "luta" por isso em outros Estados, principalmente no Oriente Médio), e mesmo assim tem um pena dessas no seu Estado. Os EUA não lutam pela vida, somente lutam pelas vidas de quem julgam inocentes. continuar lendo

Na verdade, a organização política dos EUA é um pouco diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil, onde tudo é centralizado e emana do governo federal; lá, os estados tem poder para definir sobre quase tudo, inclusive pena de morte, então em alguns é permitido, em outros não, assim como porte de armas e consumo de bebidas, por exemplo. continuar lendo

Nenhum país matou mais nos últimos cem anos que os EUA, basta verificar o que foi feito no Iraque há poucos anos, sob a alegação que Sadam teria armas de destruição em massa. Isto sem contar o Afeganistão e Vietnan.
Matar 1.400 americanos (na sua maioria negros e latinos) não é nada. Americano tem sede de sangue, não vivem dois anos sem entrar numa guerra. continuar lendo

Não posso ficar calada ante aos paradoxos e contrassensos!
Vamos lá:
Como já diz Santo Agostinho, o objetivo do direito é alcançar a justiça.
Um criminoso mata hediondamente uma família e é julgado e condenado a pena de morte. Ora, como vejo, como um Estado de Direito quer punir um indivíduo, no caso em comento, que cometeu um crime hediondo com uma pena hedionda?
Ao meu ver o Estado está praticando o mesmo crime que o indivíduo, e quem julgará o Estado? Qual a sua pena? e quem aplica-la-á?
Um Estado justo não pode condenar um individuo desta forma e aplicar uma pena com a mesma hediondez que julgou o agente.
Ora, se tirar a vida de alguém é uma proibição universal, porque ao Estado também não é proibido?
Olho por olho, dente por dente? = retrocesso!
O mal não pode ser combatido com mal, é a mesma coisa que apagar o fogo com fogo!
Não se pode subtrair aquilo que pertence a outrem, pois, a vida, de forma geral, pertence a Deus, porque, se assim não fosse, o suicida era absolvido por Deus.
CONCLUSÃO: NÃO HÁ JUSTIÇA NOS PAÍSES QUE DEFENDEM A PENA DE MORTE!
Só Deus tem o poder de tira a vida, não mais alguém! continuar lendo

Centenas de pessoas são executadas com atrocidade diariamente no Brasil, sem despertar a comoção das mesmas pessoas que ficam alarmadas quando se trata de um assassino cruel. Realmente a hipocrisia é a marca de nossa época, e a vergonha na cara é artigo cada vez mais raro. continuar lendo

é por ai amigo voce tem razao. continuar lendo